segunda-feira, 26 de julho de 2010

O Carpinteiro parte IV


O encontro da morte com a Vida

     Em Lucas 7:11-15, O carpinteiro de Nazaré, está prestes a utilizar mais uma de suas ferramentas, a compaixão, aquela mãe já havia perdido o marido, a sua casa não era mais a mesma, faltava algo, o cabeça do lar, o que provia os bens materiais, a referencia para aquele jovem não existia mais, para aquela mulher restava-lhe o único filho, a esperança de ver sua descendência ir adiante, ver o nome de seu esposo ter continuidade.
     Este jovem havia lhe dado muitas alegrias, esqueceu um pouco da solidão, da falta que o marido lhe faz. Mas um dia o seu mundo mais uma vez desmorona, aquele sentimento de perda junto com dor, invadiu seu coração mais uma vez, desta feita em dobro, pois agora não tinha em quem se apoiar, o futuro era incerto, quem lhe sustentaria, a quem ela esperaria chegar com uma xícara de café passado na hora? Pois agora ia levando seu filho para o sepultar, os passos mais longos de sua vida estavam sendo dados em direção ao cemitério.
     Algo aconteceu naquele caminho, que marcou a sua vida, muito mais do que a morte de seu esposo, e mais ainda do que a morte de seu filho. O Carpinteiro de Nazaré abre sua caixa e tira uma ferramenta chamada compaixão, nos diz o VS 13 “E, vendo-a, o Senhor moveu-se de íntima compaixão por ela, e disse-lhe: Não chores”. Ao dizer não chores Ele quis dizer para aquela mulher que Ele era a vida e que o devolveria. Jesus pede licença à multidão, afaste-se tenho que trabalhar nesta árvore que está morta, toca-lhe o esquife, e o jovem volta a viver, devolve a sua mãe que o recebe com júbilo.
     Quantos estão na casa do Senhor, mas seus filhos estão mortos espiritualmente, casais que choram por seus filhos, mães desesperadas por eles estarem no mundo, mortos nos seus delitos e pecados, mas não perderam a esperança e pede com urgência para o carpinteiro usar a ferramenta da compaixão. Meus amados, Ele está com suas ferramentas prontas para usá-la creio que se buscarmos ao Senhor, nossos filhos serão tocados pelo Carpinteiro da compaixão.

O carpinteiro da transformação e da restauração.

"E Jesus, andando junto ao mar da Galiléia, viu a dois irmãos, Simão, chamado Pedro, e André, os quais lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores;" (Mateus 4 : 18)
     O carpinteiro agora, em busca de madeiras para ser trabalhadas e transformadas em peças de grande valor, começa buscando homens simples mas de grande valor, encontra Simão, chamado Pedro, pescando juntamente com seu irmão André, Pelo texto sagrado tudo indica que Pedro era duro mas decidido nas coisas, precisava apenas de uma transformação no seu modo de agir. Certa feita disse: Senhor ainda que todos se escandalizem em ti, eu nunca me escandalizarei, com essas atitudes era como uma madeira que não estava pronta, trabalhada, mas que queria resolver tudo, pela força, outra vez no Getsemani,cortou a orelha de um dos soldados. Pedro era assim mesmo, duro, decidido, mas o que Jesus viu em Pedro? Era possível mudar um homem depois de velho? Conseguiria o Carpinteiro de Nazaré trabalhar naquela vida? Bom, há muitos Pedros espalhados pelo mundo a fora, cheios de opiniões, arrogância, pessoas boas como Pedro, mas duro até de coração, o carpinteiro continua a buscar madeiras como você para trabalhar, pois quando deixamos o mestre trabalhar em nossas vidas, a transformação é para melhor.
     Pedro Tiago e João, foram os discípulos que mais tiveram com o mestre, falamos a cima dos dois Tiago e João os filhos do trovão, como o Carpinteiro os transformou, e agora falta a transformação de Pedro. Logo após Pedro negar a Jesus por três vezes, o Galo canta, vamos agora imaginar o que passou na cabeça de Pedro: “Ele disse que eu o negaria” “eu vi o que Ele fez, transformou-me, mim fez mais humano” “eu nunca pensei que o negaria” “eu nunca imaginei que choraria por ninguém, mas Ele é o Filho de Deus, o cristo” Neste momento Jesus olha pra Pedro, e ele chora copiosamente, “não, eu não sou digno de seguir este homem” . Agora aquela madeira bruta, cheia de nós, falhas, estava trabalhada, limpa, foi uma madeira dura que o mestre pegou para trabalhar mas ele conseguiu, Pedro era um novo homem, cheio de sentimentos, um verdadeiro chorão, por trás daquela casca, existia um homem, bom, responsável. Depois de Jesus ressuscitado, o anjo disse: “Mas ide, dizei a seus discípulos, e a Pedro, que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse” Lc 16.7. O mestre agora, restaura a vida de Pedro, pois depois de trabalhar naquela madeira, ela agora estava pronta para o trabalho, e o melhor de tudo isso é que Pedro, voltou ao mestre e aceitou a sua chamada. O carpinteiro de Nazaré continua com sua ferramentas em plena atividade, se você é uma madeira difícil de lhe dar, mas que o Senhor já tem trabalhado em sua vida, volte a carpintaria, pois Ele te espera para uma reforma geral, o seu lugar na Igreja ainda está vazio. O Carpinteiro da restauração e da transformação te espera.

O Carpinteiro do Amor

"E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando." (João 8 : 4)
Após ser apanhada em adultério, esta mulher, acompanhada de uma multidão de homens, cheios de “religiosidade” cada um pronto para puni-la pelo ato pecaminoso, homens esses cheios de defeitos, madeiras rachadas, que só enxergavam os defeitos da outra madeira, mas não viam em si mesmos que estavam precisando do carpinteiro.
Aquela madeira, estava largada, perdeu o brilho a muito tempo, aquela mulher, não era assim, pois ela foi casada, devido ao termo usado “adulterando” talvez agora fosse viúva, ou divorciada. Os homens que a levaram, tinham uma só intenção pegar o mestre de Nazaré em uma falha.
     Mas o carpinteiro tem uma visão, que não conseguimos ver, enquanto eles viam uma prostituta, Ele via uma alma que precisava de salvação, enquanto eles viam, uma mulher sem valor para a sociedade, Ele via uma vida restaurada, enquanto eles viam o exterior, Ele via o Interior, enquanto eles viam uma madeira estragada, suja, velha, Ele via uma madeira para ser trabalhada e restaurada.
“E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes”? Jesus conhecedor de suas intenções, apenas escrevia na areia, como insistissem em que lhes fale sua opinião, Ele diz: “aquele que não tem pecado seja o primeiro a atirar-lhe pedra” O que o mestre quis dizer com isso? Que palavra foi essa que paralisou os acusadores daquela mulher? Mais uma vez o carpinteiro nos impressiona, utilizando apenas uma ferramenta, arrancando apenas uma casca daquelas madeiras, que devido o tempo, as cascas impediam de ver dentro de si, a compaixão, a compreensão, o amor ao próximo.        Quantas vezes estamos como aqueles homens, cegos espiritualmente devido às dificuldades da vida, a religiosidade vai criando casca, que impedem de enxergarmos a compaixão, a compreensão, o amor pelo próximo. Ao tirar-lhe apenas uma casquinha, o mestre fez com que eles enxergassem dentro de si, que todos estavam tão sujos quanto aquela mulher, e que eles também precisavam do carpinteiro. Ao fazer uma introspecção, o pecado de cada um começou arder em seus corações, eles talvez já haviam esquecidos, mas o pecado se não for arrancado, lavado, perdoado, ele sempre voltará a tona, principalmente quando olhamos nossa vida pelo espelho da palavra de Deus. Cada um começou a retirar-se, do local desde o mais velho até o mais novo.
     A mulher agachada, chorando, pronta para ser apedrejada, pois sabia que perante a lei era culpada, de acordo com Lv 20.10, esperava que o mestre conhecedor das sagradas escrituras, a condenasse, pois o juízo pelas suas atitudes já estava formado, na mente do povo, e o carpinteiro como via aquela madeira, estragada pela vida, desprezada pelos homens?
     Nesse instante o carpinteiro, cheio de amor, e compaixão, olha para aquela mulher e diz: “Mulher onde estão os teus acusadores, ninguém te condenou”? Nesse momento a mulher olha para aquele homem e vê que ele não era mais um que queria se aproveitar de seu corpo, pela primeira vez alguém a trata como humana, como pessoa e não como objeto. Isso abalou seus sentimentos mais escondidos, ela se sentia mulher novamente. E a resposta saiu com alívio, de quem tirara um fardo de uma tonelada de cima de seus lombos. “ninguém Senhor” e Jesus lhe diz: “Nem eu te condeno, vais e não peques mais” Quanta sensibilidade do Carpinteiro, olhar não como os fariseus, mas ver que qualquer ser humano, desde que se arrependa tem a oportunidade de viver e ser feliz. Este é o carpinteiro do Amor.

Continua a parte V. Diversos tipos de madeira...

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Carpinteiro parte III



Chegou a hora do verniz.
            O verniz é o embelezamento, da madeira, depois de ter passado pelo processo inicial, corte, cerra, lixa, raspa, selador vem o verniz, este é o revestimento da madeira, com ele a madeira passa a brilhar, é admirado por todos, só se ver elogios, até os detalhes da madeira ficam evidentes. Este revestimento é o poder do Espírito Santo, revestindo os crentes, dando-lhe brilho, as pessoas o admiram pela sua beleza espiritual, está sempre em uso na casa do Senhor, jogam até água, respinga sujeira, de outras madeiras, ela não se deixa abalar sabe que pode contar com o carpinteiro para limpá-la, Ele usa o espanador, tira-lhe a poeira e ela fica nova de novo, mas quero lembrar a estas madeiras que continuam a disposição do carpinteiro, e sempre lembrando da humildade, da simplicidade que é a característica do cristão, pois quando esta peça tão linda, está inchando, é porque tem algum poro aberto, e por ele entra sentimentos de grandeza, de exclusividade, de arrogância, cuidado é hora de chamarmos o carpinteiro.
            Lembro de um pastor de renome, pregador da palavra de Deus em todo território Nacional e até internacional, no início de sua jornada como pregador, era simples e humilde, estava brilhando, o verniz estava cada vez mais reluzente. Dez anos depois de velo pregar, estava eu congregando em Caçapava, interior de São Paulo, já era obreiro na casa do Senhor, quando este Pastor foi pregar na Igreja Assembléia de Deus, pastoreada pelo Pastor Esdras Carlos Guimarães (que Deus o abençoe meu pastor o senhor foi uma benção para o meu ministério) a mensagem foi muito bonita, tocou no coração de vários irmãos, lembro desse dia como se fosse hoje, pois marcou muito minha vida, não pela mensagem, mas por um episódio que gostaria de esquecer, o texto que foi pregado foi "Façamos-lhe, pois, um pequeno quarto junto ao muro, e ali lhe ponhamos uma cama, uma mesa, uma cadeira e um candeeiro; e há de ser que, vindo ele a nós, para ali se recolherá."  (II Reis 4 : 10), muito inspirador, o templo da AD em Caçapava estava na fase de construção, o antigo templo estava dentro do novo, que era duas vezes maior e já estava coberto, abrangendo assim os dois templos, porém, ao término da mensagem, o referido pregador, disse: “estarei ao lado para dar os autógrafos, e ser fotografado”. Agora que começa meu drama, todos se confraternizando, estava uma benção, fui até o pastor para saudá-lo com a Paz do Senhor, tenho costume de chamar os irmãos de meu querido, meu amado, quando cheguei e saudei-o com esse tratamento, fui pego de surpresa com essas palavras: “meu amado não, pastor A.....S.....” cadê o chão, sumiu, fiquei estático, aqueles segundos para mim pareceram uma eternidade, o tempo parou, os olhos dos irmãos estavam todos voltados para mim, assim eu sentia, depois do impacto inicial, o chão voltou, agora como sair de cena sem ser notado, queria cavar um buraco naquele piso de concreto e mim enterrar, ou só sair no Japão, aquela atitude do pastor A.S. jogou por terra tudo que havia pregado, estava inchado, tinha furos que permitiram entrar a soberba, a arrogância. Tem muitos obreiros assim na casa do Senhor, precisando entrar na carpintaria e pedir para o Carpinteiro de Nazaré esquadrinhar sua vida, e passar mais uma vez o selador, para que a fama, não suba em sua cabeça, e que ele sempre diga: “Que Ele cresça e eu diminua”.
Madeiras em uso duram mais.
            Na carpintaria, há madeiras, móveis que estão encostadas, e com isso a poeira, o cupim, a traça tem se apoderado e a destruído aos poucos, não faz uma faxina, não se utiliza espanador para tirar a poeira, óleo para conservar, nem pensar. Enquanto isso aquele brilho do início, que o carpinteiro com muito carinho tem envernizado, aos poucos vai ficando fosco. Trazendo para nossa reflexão, na casa do Senhor também há móveis (pessoas) que estão em desuso, ou seja, não se ocupam, não cantam em um dos conjuntos, corais, em fim estão empoeiradas, precisando de uma faxina no seu interior, para expurgar a poeira do pecado, da mornidão, da frieza espiritual. O Carpinteiro de Nazaré quer passar lustra móveis, quer ver você em uso na sua casa, há muitas áreas que você pode ser aproveitada(o) levante-se coloque-se a disposição do Carpinteiro, deixe-o lustrar sua vida com o óleo Santo, passar-lhe o espanador, tirar a poeira do pecado. Volte a buscar o Carpinteiro, tem muitos na casa do Senhor esperando por você, o seu cantinho ainda está vazio, o sol da crítica ofuscou seu brilho, as águas torrenciais da cobrança foram demais para você, mas o Carpinteiro ainda está com a ferramenta, da alegria para lhe devolver, dê um passo pedindo-lhe que o Senhor lhe use mais uma vez em sua casa.
Substituição da madeira pelo aglomerado.

            Enquanto o carpinteiro trabalhava na madeira, esculpindo, lixando, cuidando, seu maior prazer é ver a sua obra servindo e durando. Porém o tempo passou e as madeiras foram substituídas pelo aglomerado, veio a modernidade, fábricas de produção em grandes escalas, tem deixado o carpinteiro triste, ficou de lado, não precisam mais dos seus serviços, pois não há interesses financeiros. Pergunto ao amigo não é isso que está acontecendo em nossos dias? Não temos nós trocado a madeira pelo aglomerado que é mais prático, mais bonito? Hoje igrejas tem deixado os serviços do carpinteiro de Nazaré, para buscarem a modernidade, dos aglomerados, que no início é muito bonito mas no fim, é descartável, não pode molhar que incha como sapo, passa a mão desfarela-se todo, os seus “carpinteiros” estão ricos a custa do aglomerado e em pouco tempo nada mais presta se não para ser queimado e lançado no lixo.

Continua na parte IV.  Em Lucas 7:11-15, O carpinteiro de Nazaré, está prestes a utilizar mais uma de suas ferramentas...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O Carpinteiro II


Utilizando a lixa
     
     Depois de colado as peças unindo as partes, o carpinteiro usa a lixa que é para desgastar a superfície igualando uma na outra, quanta sabedoria do carpinteiro, ao utilizar esta ferramenta que na medida certa coloca uma parte ao lado da outra, de modo que chegam até fundir-se, na mesma altura. Será que isto não fala ao seu coração algo da parte do Senhor? Na carpintaria do Senhor, ninguém é maior que ninguém, todos nos completamos, nos encachamos perfeitamente, lembre-se que o carpinteiro nos ensinou a considerarmos uns aos outros superiores a nós mesmos, e que perante os olhos do senhor somos todos iguais, ninguém é maior ou mais importante, e aquela madeira que considera-se “maior” mais importante porque tem um cargo, está na carpintaria a mais tempo, cuidado pois a lixa do senhor está a trabalhar, quem pode fazer este trabalho tão perfeito é o carpinteiro de Nazaré, deixe-se gastar-se pelo Senhor, Ele quer tirar o excesso, que sobe no seu ego, e faz você achar que é mais importante do que o outro.

Utilizando a raspa.

     Lembro-me de uma vez quando fizemos uma porta, depois da madeira trabalhada furada, encachada, colada, eu senti-me orgulhoso pois era fruto do meu trabalho, pra mim estava pronta para ser usada na casa de um empresário em Campina Grande, Paraíba, engano meu, o carpinteiro chegou até eu e disse: veja com cuidado, passe a mão bem leve e verás que está áspera, um simples algodão ficaria grudado na porta, que pra mim estava perfeita. A raspa é uma ferramenta que o carpinteiro usa para raspar a superfície da madeira aonde vai sair uma fina camada de madeira, deixando-a liza, tirando as imperfeições que muitos não vêem. O carpinteiro de Nazaré sabe onde você está precisando de uma raspadinha, estas ranhuras, são os nossos orgulhos, ego, ciúme do irmão, da irmã, por assumir o trabalho que era nosso, e o carpinteiro fez prosperar, estamos até dentro da carpintaria, a muito tempo, mais o processo continua, deixe o carpinteiro tirar esses sentimentos que afastam as mãos das pessoas, enchendo-as de frepas, espetando a quem chega perto, entregue-se a Ele peça-lhe que tire as ranhuras, pois você é especial para o Emanuel, um toque do mestre, e estarás pronto para ser útil na carpintaria do Senhor.

É hora do selador

     Já experimentou passar selador em uma madeira bruta, ou sem estar devidamente lixada, raspada? Pois é, o selador é muito importante, para uma madeira, pois é ele que vai tapar os poros da madeira preparando para o verniz ou a tinta, você olha uma pessoa cheia do Espírito Santo e nem imagina o processo que teve que passar para ser assim. Esse processo garante a superfície da madeira ser molhada e não sofrer danos, pois a água ou sujeira não infiltra.
Agora vamos levar para o lado espiritual, você é daqueles que absorva tudo? Um irmão falou mal você já fica inchado, a irmã passou na rua não lhe viu, mas você diz que ela viu, pois quase lhe atropelou deixa de saudá-la com a Paz do Senhor, você já pensa mal da irmã, cuidado com o que estás absorvendo, a cada dia estás ficando inchado, o apóstolo Paulo disse em sua carta aos tessalonicenses no capítulo 5 versículo 21 “Examinai tudo. Retende o bem” precisamos absorver as coisas do Espírito, e não mentiras, mágoas, invejas, pois essas coisas vão acumulando, nos fazendo inchar. Certa vez fui punido pelo meu comandante, não que tenha feito coisa errada, mas dentro do quartel, uma barba mal feita, um coturno mal engraxado, já é motivo de uma punição, fiquei é claro muito chateado, pois não merecia aquela punição, cumpri a detenção de três dias, e fui posto em liberdade, fisicamente, pois aquele sentimento de injustiça ficou plantado em meu coração, criando raízes de amargura e vingança, toda vez que se falava no nome daquele comandante, mais eu ia absorvendo aquele sentimento nocivo, mais rachaduras, nó, iam aparecendo nesta madeira, que foi feita para honrar ao carpinteiro de Nazaré, porém eu não deixava Ele trabalhar, pois estava convencido que não estava errado, afinal de contas fui injustiçado, esse sentimento foi acumulando iras, raiva, ódio, a cada dia, não percebi que já estava inchado de tanto absorver sentimentos perversos, que não convém a um cristão, passou-se quase dez anos, um dia convidei o carpinteiro para pegar aquela madeira, trabalhar, lixar, serrar, cortar toda raiz, arrancar os nós, raspar, por fim, passar o selador, foi ai que o Emanuel entrou em ação, pegou-me com carinho, tirou as cascas “sentimentos negativos e vingativos a respeito deste comandante” colocou um amor por aquela alma, e hoje oro pela alma deste homem, que também precisa do Carpinteiro. Amados irmãos e amigos que estão lendo este livro, não importa quanto tempo estás sem o selador, ou vem inchando a cada dia, mês ou anos o carpinteiro quer passar o selador, para te proteger dessas coisas, confia que só Ele pode livrar o homem de tal sentimento convide-o agora pois Ele está bem pertinho de você, dê uma pausa na leitura, dobre seu joelho e peça para ele arrancar as raízes do seu coração.
Continua com a parte III - utilizando o verniz...

terça-feira, 6 de julho de 2010

O carpinteiro - parte I



"Não é este o filho do carpinteiro? e não se chama sua mãe Maria, e seus irmãos Tiago, e José, e Simão, e Judas?"  (Mateus 13 : 55)

Porque Deus escolheu uma profissão para seu filho Jesus, e porque foi justamente a de carpinteiro?  José, marido de Maria tinha como profissão carpinteiro, e de acordo com o costume da época, as mães ficavam com os filhos homens, até os cinco anos de idade, quando o pai assumia levando o filho para o trabalho, no intuito de ensiná-lo um ofício, que geralmente era a profissão do pai, portanto Jesus desde pequeno aprendeu a profissão de carpinteiro, vendo seu pai pegar aquelas madeiras brutas, cheias de defeitos e transformá-las em um banco, uma mesa, um móvel.
            O jovem Jesus, aprendeu desde cedo, a utilizar as ferramentas certas para consertar, e até transformar madeiras, muitas delas sem valor, em uma verdadeira obra de arte. Esta profissão tem tudo a ver com o ministério de Jesus aqui na terra, pois muitas madeiras (seres humanos) estavam perdidas, e desprezadas pelos homens, desvalorizadas, precisando de um carpinteiro para lhes valorizar, estas madeiras precisavam de um profissional que conhecesse suas falhas e defeitos e a transformasse em móveis (servos) de valor, e Jesus utilizando as ferramentas certas, pode transformar, uma madeira bruta como Pedro cheio de sua arrogância, valentia, em uma obra delicada a ponto de o mesmo não se achar digno de morrer igual a seu mestre, e a madeira João e Tiago, filhos do trovão? Madeira de dar em Chico, pois os mesmos queriam exterminar aqueles que expulsavam demônios em nome de Jesus, o carpinteiro de Nazaré, trabalhou com a ferramenta do Amor e o resultado? Um foi chamado o apóstolo do amor e o outro transformou-se numa das principais colunas da igreja primitiva.
            Quero entender que durante o período dos três anos de seu ministério terreno, Jesus pode enquanto trabalhava na vida dos discípulos lembrar da sua infância, adolescência, de quantas madeiras brutas, duras, que eram difícil de transformá-la em algo que se aproveitasse, e que ao insistir viu o resultado, extraordinário de rara beleza. Assim não desistiu de seus discípulos, pois sabia que enquanto estivesse utilizando as ferramentas corretas, seriam transformados em uma verdadeira obra de arte, de raro valor.

O Carpinteiro.
            Estamos em uma carpintaria, podemos ver várias ferramentas, umas para entalhar, outras para serrar, outras para o trabalho pesado e ainda outras para o trabalho delicado, como raspar e alisar.
            Quem entra na carpintaria, muita das vezes não sabe para que serve as ferramentas, mas o carpinteiro, conhece a cada ferramenta bem como sua utilidade, momento certo de usá-la, no tipo de madeira com os seus detalhes, aonde cortar, onde aplainar, os seus olhos enxergam o que eu e você não conseguimos ver.
            - Coloquemos a disposição do carpinteiro, e não queiramos saber como ele vai trabalhar em nossas vidas, pois ele sabe em que vai nos transformar. Quantas vezes o Emanuel o carpinteiro de Nazaré, pegou madeira bruta, cheia de nó, de defeitos e começou o seu trabalho, devagarzinho, usando a plaina, a serra para tirar as arestas, os excessos, neste estágio do trabalho aparece a dor, pois não queremos perder os nossos costumes, queremos que o carpinteiro nos deixe bonitos, mas sem sentirmos dor, aquele nó até faz parte da nossa vida, gostamos de lembrar dele, mas meu amado, deixe o carpinteiro trabalhar, que verás o resultado final em breve.
            Passado a fase inicial, mesmo com dores pela plaina que nos feriu, que arrancou os dogmas, as feridas passadas, aquele nó que tanto nos incomodava, observamos agora que foi bom o senhor ter nos afligido para aprendermos que somos especiais (Sl 119.71), olhamos ao nosso redor e observamos madeiras brutas e pensamos: “como éramos ignorantes e não sabíamos, a ponto de não abrirmos o coração para mudanças” Observamos que alguma coisa mudou, estamos limpos, sem casca, sem nó. 
            O carpinteiro vira-se agora para a bancada pega outra ferramenta, que não entendemos para que serve, pois achamos que está bom, estamos agora conformados, mas Ele quer tirar as falhas que só o olhar clínico do carpinteiro enxerga, como o orgulho, o conformismo, o capitalismo que muitas das vezes não percebemos mas que está nos rodeando, esse desejo de ter tudo nesta vida, sem perceber, o nosso coração ainda está preso as coisas deste mundo. Que ferramenta ele escolhe agora? Passa seu olhar clínico pela talhadeira e vê que ainda não está pronta para ser entalhada, pois se usá-la agora, vai até ficar bonito, com uma figura diferente, mas ainda assim, aparecerão as falhas, e o carpinteiro quer uma madeira perfeita, quantas madeiras estão na casa do Senhor (carpintaria) que acham que é tempo de ser colocada em destaque, até estão a mais tempo na carpintaria, mas ainda estão sendo trabalhadas, pelo o Emanuel dono da carpintaria, elas até vêem as outras sendo postas em destaque, pensam que estão fora dos planos do carpinteiro, mas para você que é madeira e está nesta situação, o carpinteiro tem uma palavra para você, Ele a ama do jeito que você é e está apenas esperando o momento certo para continuar a trabalhar em sua vida.
            Quando jovem, trabalhei mais ou menos um ano em uma carpintaria, neste período, conheci cada ferramenta e suas funções, é claro que no início não sabia utilizá-la, e com isso fui chamado atenção várias vezes, pois utilizava o serrote com muita força, sem jeito, o fim era desperdício de madeira, pois o corte saia torto. Aprendi que eu queria cortar, mas ia com muita sede ao pote, não tinha a delicadeza necessária como uma música de valsa, e se você não pensa antes aonde vai serrar, marcando utilizando outra ferramenta que é o esquadro, você pode causar um estrago na madeira, e talvez não sirva mais para o fim a ela destinada. O Carpinteiro de Nazaré sabe onde cortar, o seu corte é preciso, dentro do esquadro, de sorte que, mesmo cortando um pedaço, o encaixe é perfeito.
            Meu irmão deixe o carpinteiro fazer a obra, não queira você ser curioso, e cortar aquela madeira, por ela está estrovando, lembre-se que você não é o carpinteiro, e pode botar uma alma no inferno, esse trabalho é do carpinteiro. Sim você acha que aprendi a cortar sem erro? Aprendi mais depois de perder muitas madeiras, e levar muitos puxões de orelhas. Na vida espiritual não teremos esta chance de treinar, pois estamos dando com pessoas, que tem sentimentos, são sensíveis as ferramentas utilizadas na carpintaria, qualquer serrote amedronta a pessoa.
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